quarta-feira, 25 de abril de 2012

VANTAGENS E DESVANTAGENS DE UM UNIVERSO APARENTEMENTE SEM FRONTEIRAS

 “Em breve futuro a palavra longe se tornará arcaísmo...”.

Monteiro Lobato (1882 - 1948)
Advogado, escritor e tradutor brasileiro, em carta ao também escritor, tradutor e amigo Godofredo Rangel (1884 - 1951), no dia 17 de agosto de 1928.



O que dizem, portanto, a respeito das novas tecnologias?







Vejamos, então, como tudo teve início...
 

— Parece que você está escrevendo uma carta. Precisa de ajuda?

Criada junto com o Office 97, Clippy foi considerada a mais infame das personagens animadas da Microsoft.



E o grande mestre pede passagem…

 


 “Parte da ausência de humanidade do computador deve-se a que, competentemente programado e trabalhando bem, é completamente honesto...”.

Isaac Asimov (1920 - 1992)
Bioquímico e escritor nascido na Rússia, mas naturalizado norte-americano



Ferramenta poderosa




 “Quando eu estava na escola, o computador era uma coisa muito assustadora. As pessoas falavam em desafiar aquela máquina do mal que estava sempre fazendo contas que não pareciam corretas. E ninguém pensou naquilo como uma ferramenta poderosa...”.

Bill Gates
Empresário norte-americano em palestra na Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, em 2004



Por sinal, uma ferramenta poderosíssima! Exemplo?

 
 Nigel Goodman e Ronald Rios

“É espantosamente óbvio que a nossa tecnologia excede a nossa humanidade...”.

Albert Einstein (1879 - 1955)
Físico alemão naturalizado suíço e depois norte-americano. Em 1921, conquistou o Prêmio Nobel de Física por sua Teoria da Relatividade.


Tanto a tecnologia “excede a nossa humanidade” que, na sua ausência, podemos vir a sofrer de abstinência, de tão viciados que estamos. Logo abaixo, um caso clássico...




... Com os seus próprios olhos:




Segundo o velho Aurélio, abstinência significa uma “qualidade de quem se abstém de algo”, ou seja, uma “privação voluntária”. Sei não, mas acho que o significado do referido vocábulo deveria ser revisto. Afinal, como podemos ver, há casos – digamos – de abstinência nos quais, convenhamos, não há sequer um indício de que a “vítima” em questão está exercendo o seu livre-arbítrio. Pois é! Até que ponto pode chegar um ser dito humano. Enfim! Será que através de alguns estudos de casos, bem como de alguns exemplos gritantes, possamos entender as motivações para que alguém chegue a tão trágico desfecho?


Estudo de caso I: Solidão a dois
Fase 1A conquista...




Fase 2Namoro vitual.
 


Fase 3E chega o grande dia...



Fase 4A lua-de-mel, então, supera as suas expectativas.



Fase 5Rotina no casamento?  Nem pensar!



Fase 6O amor sempre é lindo...


Fase 7O tempo, contudo, passa e, por causa de um insignificante mal-entendido, embora não bem digerido por um dos cônjuges, o casal discute a relação. Pela primeira vez. Como tambpem foi a primeira e – diga-se de passagem – a última vez que os dois se olhavam nos olhos, tête-à-tête, desfazendo uma relação que, desde o seu início, já dava sinais de que seria efêmera.



Fase 8Pois é! Como diria Chacrinha (1917 -1988), comunicador de rádio e apresentador de programas de auditório na televisão brasileira dos anos 50 aos 80:  “Quem não se comunica se trumbica!” . E nem é preciso dizer que, apesar dos pais separados, o filho que eles geraram de maneira, inclusive, insólita, terminou fazendo juz ao DNA herdado. Afinal, aprendeu a lição de casa direitinho, ou seja, passou, desde a mais tenra idade, a cultivar os habitos dos seus progenitores. Nehuma novidade, já que, como diz um ancião dito popular: “costume de casa vai à praça”.



“A tecnologia digital é a arte de criar necessidades desnecessárias que se tornam absolutamente imprescindíveis...”.

Joelmir Beting
Jornalista brasileiro



Estudo de caso II: Casos de família na era digital







 Randy Glasbergen – www.glasbergen.com



Independentemente do que quer que seja – pelo menos é assim que deveria ser –, família unida permanece unida. E, afinal, nada que uma boa pizza não resolva! Falando nisso, eu ouvi dizer que pizza e tablet têm tudo a ver...

“A tecnologia moderna é capaz de realizar a produção sem emprego. O diabo é que a economia moderna não consegue inventar o consumo sem salário...”.

Betinho (1935 - 1997)
Sociólogo brasileiro e ativista a favor dos direitos humanos

Infelizmente, existem as desigualdades. E elas não são poucas. No Brasil, por exemplo, enquanto o país recentemente tenha se tornado a 6ª maior economia do mundo, o seu Índice de Desenvolvimento Humano - IDH não é lá muito estimulante, já que a Terra dos Papagaios encontra-se na 84º posição no ranking mundial – paradoxo maior não poderia haver. Tanto que, de uns tempos para cá, um termo muito em voga relacionado ao problema já caiu, inclusive, na boca do povo – se engana que é a inclusão social, de há muito, aliás, em desuso, mas a famigerada...





Muitas vezes, vale salientar, reivindicada por quem menos esperamos.




Só que como dizem que em terra de cego quem tem olho é rei...
  


O que dirá, então, onde o sol costuma nascer quadrado!



De fato, a disparidade social anda a galope...



Isso sem falar, apesar dos alertas, do descaso de muitos para o fato, por exemplo, de que celular faz mal à saúde.



E do mau uso que, invariavelmente, fazem da ferramenta. Mas, afinal, como dizem – dizem ou estou inventando? – que a teimosia é a mãe da estupidez...



... E anda de mãos dadas com o perigo.

 
Um transeunte qualquer: — Não foi por falta de aviso!



O que dirá em época de eleições! Aí, nem se fala...



Porém – o que muitos ignoram –, o mal maior é quando certas ferramentas são usadas para fins bélicos:



Em certos recônditos do planeta, então, os estragos que elas podem causar são incomensuráveis!



Daí que, em dadas situações, nada mais resta que apelar a uma força que – dizem – é ainda mais poderosa.



O pior, contudo, é quando se descobre que o mal já se alastrou igual vírus – de computador, é claro! – e a ajuda foi pedida a pessoa errada, nada indicada.

— Soy Dios y tengo um blog.


E não é que o dito cujo falou mesmo a verdade!



Ocorre que como vírus é vírus, ele costuma contagiar...



A coisa anda tão seria que, além de afetar a retina, reduz a capacidade de discernimento do contaminado, que pode, inclusive, manifestar sintomas típicos do autismo ou interferir consideravelmente no seu humor, que passa a oscilar, tal qual acontece com quem é bipolar. O mais grave, contudo, é quando a vítima acentua a sua porção de agressividade – reação, a agressividade, é claro, encontrada em qualquer ser dito normal, mas, na maioria das vezes, controlada – e, sem poder alguns sobre os seus sentimentos – quando ela ainda os tem –, desencadeia atitudes características inerentes a um lunático.


Muitos, por exemplo, até já desenvolveram o tão em voga – diagnosticado não faz muito tempo – Transtorno Obsessivo Compulsivo - TOC...




Geralmente, entretanto, muitos nem sabem que estão – digamos – 100% dependentes de um teclado, não importa a natureza da ferramenta utilizada. Não obstante, há quem confunda TOC com vício, mesmo que, em certos casos, ambos sejam aparentemente similares, enquanto, na verdade, são completamente distintos um do outro. Exemplos de vício, que igualmente atinge crianças e adultos, indistintamente, no caso de certas ferramentas tecnológicas ditas modernas? Vejamos alguns en passant...





“Todos os vícios, quando estão na moda, passam por virtudes...”.

Molière (1622 - 1673)
Dramaturgo, ator e encenador francês, considerado um dos mestres da comédia satírica

Infelizmente, o que muitos sabem, mas que fazem questão de ignorar, é que vício também mata.



Ou, mais especificamente, em relação ao twitter, pode até virar um caso de polícia...



Quiçá um caso que até necessite de terapia. E não vale uma única sessão não!

“Os vícios chegam como passageiros: visitam-nos como hóspedes e ficam como amos...”.

Confúcio (551 a. C. – 479 a. C.)
Filósofo chinês

*
* *

“O bom humor salva-nos das mãos do doutor...”.

Dráuzio Varella
Médico oncologista, cientista e escritor brasileiro


No dia 8 de junho de 2010, publiquei a postagem 140 caracteres e nada mais! (http://abagagemdonavegante.blogspot.com.br/2010/06/140-caracteres-e-nada-mais-o-mais-feliz.html).

Numa das passagens da referida postagem, fiz referência a uma entrevista que, à época, o escritor português José Saramago (1922 - 2010) havia recentemente concedido à imprensa “sobre a necessidade de sermos sintéticos no twitter, sem prolixidade”. Afinal, segundo ele, “os tais cento e quarenta caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido”. Enfim! Fica uma dica paraos twitteiros de plantão, bem como para todos aqueles que, de uma forma ou de outra, se fazem valer de demais ferramentas dessa nossa nova era tecnológica:

O fato de se expor,
abrindo mão da privacidade,
não é sinônimo de liberdade...


Fechemos, portanto, o zíper!




Ah! Alguém por acaso se lembra do telefone sem fio, que, coitado, de tão arcaico nem num museu está, mas apenas na pena de algum chargista de plantão.



Falando em museu...



Não somente rabo como também tinham o poder das previsões.



Agora, acendamos as luzes!

E, para quem já se esqueceu como se dá um: — Aquele abraço...

Afinal, como dizem alguns versos que, tempos atrás, cheguei a tecer:

Num mundo sem fronteiras,
deserto de emoções,
atmosfera selvagem,
seriam os teus lábios oásis?


Nathalie Bernardo da Câmara


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