quinta-feira, 29 de março de 2012

+ 1 QUE SAI DE CENA...



Jornalista, cartunista, humorista, dramaturgo, escritor e tradutor brasileiro



O questionamento feito por Millôr Fernandes na charge acima é uma alusão a um mal entendido quando do registro em cartório da sua certidão de nascimento, já que, na verdade, o seu verdadeiro nome era Milton Viola Fernandes. Assim, graças a uma duvidosa caligrafia do tabelião, Milton virou Millôr, que, aliás, só descobriu o erro na certidão aos dezessete anos e até achou graça, adotando um novo nome, que – parece – lhe deu sorte. É cada uma! O fato é que, hoje, será realizado o velório daquele que, para o cartunista brasileiro Ziraldo, Millôr foi “um grande filósofo”, odiando, mais que tudo, as frases feitas. Segundo o amigo, Millôr fazia piadas, mas nunca uma piada barata, um trocadilho, mas sim uma coisa profunda, sendo a sua maior arma o humor afiado. O “escritor sem estilo”, contudo, como Millôr mesmo auto se definiu, nos deixou órfãos do seu apurado humor no último dia 27, naquele onde, no caso, o Brasil, todo dia, para ele, é 1º de abril, ou seja, o Dia Mundial da Mentira. Irônico, não, Milton? Não foi à toa que, certa feita, ele disse que o seu script era original. Daí não morrer no fim. De fato! Millôr não morreu. Ele, simplesmente, se encantou. Ganhou asas e voou. E o tempo corre, continua a correr: pif-paf, pif-paf, pif-paf...



Enquanto isso, nos Estados Unidos...



Adrienne Rich by Martina Hynan

“O que acontece entre nós aconteceu durantes séculos. Sabemos disso através da literatura...”.

Adrienne Rich
Feminista, poetisa e ensaísta norte-americana


Não importa a nacionalidade, as mulheres estão de luto, já que, na última terça-feira, 27, Adrienne Rich, um dos maiores ícones do feminismo no mundo foi pregar a sua palavra noutras plagas, não restando ao jornal The New York Times que enaltecer no obituário da autora toda uma vida dedicada à luta pelos direitos das mulheres e das minorias de maneira em geral, bem como o seu posicionamento contra não importa qual guerra. Além disso, Rich igualmente destacou-se por defender ideias sempre à frente do seu tempo. Tanto que, muito antes de serem criados e ficarem na moda os termos de certas questões, tipo, por exemplo, a de identidade, ela de há muito já havia firmado a sua. Não satisfeita, ergueu a sua bandeira e expandiu a sua causa em versos de poesia. Que assim o seja, então, onde quer que ela esteja...

Nathalie Bernardo da Câmara


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