terça-feira, 20 de março de 2012

20 DE MARÇO:
DIA NACIONAL DO CONTADOR DE HISTÓRIAS


“Ler e contar podem igualmente ser sequências monótonas de palavras que não produzem um efeito significativo se quem narra não imprime vivacidade e veracidade à cadência da história...”.

Regina Machado
Contadora de histórias brasileira e professora da Universidade de São Paulo
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“A verdadeira inteligência é a síntese...”.

Laura Lima
Psicóloga social brasileira


No dia nacional daquele que nos embala ludicamente com os seus contos e causos, resolvi homenagear um brasileiro que não somente revelou-se um autêntico contador de história, mas que, por sua vasta criatividade, também entrou para a História, ou seja, o ex-presidente Lula – talento esse, inclusive, confirmado nos seus dois mandatos de quatro anos cada. Quiçá, um dom raro, privilégio de poucos, embora, nesse caso, nunca antes visto nos recônditos os mais diversos do Brasil. A coisa chegou a um ponto tal que, em 2009, o jornalista e escritor brasileiro Marcelo Tas publicou um livro contendo frases consideradas as mais engraçadas e as mais polêmicas do então presidente em exercício, que ele intitulou Nunca antes na História deste país. Assim, para prestar tal homenagem, selecionei, portanto, algumas charges produzidas ao longo desses últimos anos por alguns dos mais expressivos chargistas brasileiros, igualmente lúdicos e bem-humorados.










Meros detalhe, convenhamos, diante das características que o distingue dos pobres mortais, que são: onisciência, onipotência e onipresença.




Enfim! 2 exemplos de involução do homem dito moderno: o primeiro...





... e o segundo.





Duas caras num só cara...





... desprovido de humildade e vaidoso.





Porém, no quesito amizade, o nosso protagonista é de uma lealdade e fidelidade incontestes.





Isso sem falar que, por sua natureza altruísta, ele costuma proteger os fracos e os oprimidos – uma espécie de guardião, sempre atento...





Infelizmente, como a condição de ser dito humano não exclui a imperfeição, a carne do nosso herói às vezes enfraquece. De qualquer modo, uma coisa é certa: ninguém pode negar a pureza, a autenticidade e a sinceridade dos seus gestos e intenções.





A megalomania, contudo, por ser uma das suas características mais marcantes, não conta a seu favor, bem como os seus delírios poliglotas, já que, invariavelmente, ele nem mesmo atenta para as suas ambíguas e dúbias palavras – haja redundância! Não é à toa que, fã de um dedo em riste, ninguém nunca sabe o que ele realmente quer dizer com as suas descabidas e, muitas vezes, pretenciosas declarações.





Dissimulado, só manifesta tomar conhecimento de fatos que, em hipótese alguma, não o comprometam, como se só lhe interessassem as histórias – conversas para boi dormir – que ele conta a 3x4, como se fossem manifestações do tão em voga Transtorno obsessivo compulsivo - TOC.





No entanto, apesar dos pesares, pelo menos da moeda, não importa qual, ele tem plena consciência da sua importância e do seu real valor...





Populista e sem nenhum pudor, desconhecendo o que seja ética, ele tem o péssimo hábito de tentar agradar, digamos, gregos e troianos, com não importa qual promessa demagoga, independentemente de já ter negociado o prometido com outrem.





O poder, por sua vez, pode gerar visões e/ou fantasias distorcidas da realidade. Em muitos casos, o problema pode se tornar uma patologia irreversível, sem possibilidades de cura.





Tipo história de pescador!


Foto: Ricardo Stuckert



Enfim! Um escritor viver dos livros que escreve e publica é um privilégio raro, mas já um contador de histórias, sobretudo se ele for carismático, apesar de medíocre, com os seus contos e causos resumindo-se a falácias para um público vulnerável, consequentemente receptível, pode, facilmente, fazer fortuna à custa da boa fé de outrem. E sem arrependimentos nem sentimento de culpa.





De fato, a corrupção é fruto de uma ilusão que o poder supostamente confere. Tanto que, por isso, muitos políticos são capazes de vender até a própria mãe para não se verem privados de certas benesses e privilégios pessoais, invariavelmente escusos, patrocinados pelo erário público. Ou seja, com recursos que, a priori, deveriam ser destinados ao bem-estar do povo que os elegeram. Estes, por sua vez, fazem de tudo para não se desvencilharem do status quo que tanto almejaram alcançar.





Não é à toa que, em determinados casos, para certos políticos desapegarem-se do fascínio que exerce o poder e dos benefícios que ele proporciona, é imperativo buscar a humildade em seu âmago e recorrer a algum tipo de purificação, banhos de sais, incensos, descarregos vários, passes diversos – não importa se espíritas ou os do candomblé – e, de repente, quem sabe, até mesmo a práticas de exorcismo...





Uns obtêm bons resultados; outros não. E, daí, não se conformam, ficando a reclamar do ócio improdutivo, nada criativo, no abismo das lamentações.





Assim, para tentar minimizar a solidão dos dias ociosos, os políticos inconformados com a perda do poder tentam superar o tédio e reinventar uma nova realidade, mesmo que pautada pelas aparências da sua intencionalidade, já que, de certa forma, a megalomania de alguns não deixa de alimentar um sonho, supostamente reaproximando o sonhador, através da ilusão criada, da sua antiga vida, quando, dia após dia, o personalismo arrogante imperava – fator determinante que o conduzia no seu mundo de fantasia e que, pelo andar do carrinho de mão, vai continuar conduzindo.





O ego, portanto, volta a inflar até dizer basta, igual o balão gigante inflável, em formato de motosserra, que esteve presente nos primeiros dias de março do corrente, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, durante protesto contra as alterações feitas no Código Florestal Brasileiro pelo Senado Federal. No caso, entretanto, de certo político, inevitável querer esquecer e negar certos hábitos, ou melhor, certo status outrora mantido, mesmo que, atualmente, tudo não passe de um mero delírio. Quem sabe, beirando à esquizofrenia.





Curiosamente, por sua condição de contador de histórias, ele vive num mundo de faz-de-conta e costuma manifestar certo alheamento da realidade dos fatos...





Daí muitas vezes cair do cavalo.





E, aí, motivado por algum delírio, fantasia ou esquizofrenia, o tal político tenta renascer do ostracismo. Megalomaníaco, sonha em alcançar novos degraus e maiores patamares em sua carreira, dependente que o infeliz ficou das benesses que, como eu já disse antes, o poder supostamente tem de conferir a quem o detém.





Assim, de repente, do nada, já que, quando no poder, havia recebido o título de doutor honoris causa de uma dada universidade portuguesa, o referido político dispensa uma das alergias inerentes a uma grande parcela dos professores, no caso, brasileiros, que é a do giz, e desata a fazer cálculos e previsões de toda sorte sem sequer – detalhe – entender um pingo de matemática e, muito menos, de vidências, incluíndo leitura de cartas, do tarot ou de outras correntes advinhatórias – o que dirá de quiromancia!





Pretencioso como sempre – desta vez ainda mais, já que não tem mais nada a perder –, o indigesto político volta a manifestar a sua antiga petulância – agora renovada, devido os banhos de sais, os incensos, os descarregos e passes recebidos quando longe, pelo menos aparentemente, do poder, sem contar com a experiência de exorcismo pela qual passou –, ele acha pouco e se atreve a se meter na vida alheia, se insinuando em assuntos que não lhe dizem mais respeito e que – diga-se de passagem – sequer ele entende, não tendo, portanto, cacife para aconselhar quem quer que o seja, muito menos o abominável homem das trevas, com quem, inclusive, num passado não tão longínquo assim, o elemento em questão – não se sabe qual a sua origem, se mineral, vegetal ou animal, mas apenas que é um puxa-saco de primeira – efetuou negociatas para lá de escusas...





O fato é que, achando pouco, o tal elemento – melhor identificá-lo assim –, se achando, como se diz na gíria, passou a esnobar, do alto da sua soberba, antigos aliados, não fazendo nem mesmo questão de, quando necessário para o seu ego e desprezível mania de grandeza – no caso, sem tratamento, portanto, incurável –, tentar humilhá-los. E, tudo isso, obviamente, sem o mínimo de compaixão – outra contradição, aliás, já que ele se diz cristão, católico e, para piorar ainda mais a situação, filho do Brasil. Ninguém merece!





Hipócrita, pinta e borda – claro que não literalmente (imagina!) – com quem ele bem quer, pois não respeita ninguém, sendo o deboche uma das suas características – defeituosas, óbvio –, assim como a sua megalomania.





Enquanto isso, na calada da noite...





O seu ego, por sua vez, num processo progressivo de inflação, faz com que o elemento sinta ter o rei da cocada preta na barriga – outra redundância. O que não causa espanto, convenhamos, já que transpira e exala arrogância por todos os poros, desconsiderando os limites tácitos e inerentes de respeito e distanciamento de toda e qualquer relação envolvendo seres ditos humanos, independentemente de não importa qual hierarquia, abusando de prerrogativas que nem em sonho ele tem direito, mas que, queiram ou não, insiste em ter, querendo decidir por outrem, muitas vezes, inclusive, apelando para conseguir o que está fora da sua alçada, do seu leque de influências, simplesmente porque lhe deu na telha, já que, no seu mundo imaginário, o dito cujo se acha o cara, tipo:





E o povo reage...





É quando o pano cai e a realidade vem à tona, igual um tsunami, devastando falsas verdades.





Fazer o quê? É da natureza do elemento...





Nathalie Bernardo da Câmara



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